sábado, 19 de janeiro de 2013

A menina e o passarinho

Ela vivia no escuro, nuvens nebulosas, cinzas e carregadas não a deixavam. Após um tempo, como num passe de mágica, um passarinho surgiu. Encantada com a mudança brusca, passou a segui-lo. Conforme sua aproximação aumentava, as nuvens tornavam-se mais claras, até que um dia não havia mais espaço para nuvem alguma. Que sorte a dela aquele passarinho ter surgido, ela pensava, desde que ele havia chegado somente dias ensolarados se faziam; algumas nuvens andavam por perto, mas o sol era mais forte. Após um período, o passarinho precisou voar para longe; a menina não queria que ele se fosse, e ela podia jurar que aquele pequeno passarinho sentia o mesmo, mas aquela separação era inevitável; e assim foi. Longos dias foram aqueles que a menina passou longe da presença daquele pequeno passarinho, mas ela sabia que essa separação não era permanente, apenas momentânea. Seus pensamentos eram ligados de alguma forma, deste modo, aquela distância não atingia estes dois, podiam se divertir ainda que fisicamente distantes. Entretanto, após esta longa temporada separados, a menina já não podia mais sentir o que era sentido antes, toda aquela felicidade de quando o passarinho estava presente já não aparecia mais, ela apenas sabia que era um bem estar grande quando estes dois se juntavam, mas já não era mais capaz de senti-lo ao se lembrar do que passaram juntos. Enquanto o passarinho não voltava, a menina permanecia a espera do dia do reencontro. Ela caminhava pelo campo, observando aquelas nuvens nebulosas voltando, avistando o mal tempo se aproximando. Enquanto a chegada das nuvens parecia cada vez mais próxima, ela se perguntava se quando aquele passarinho voltasse ele seria capaz de fazer com que aquela tempestade fosse embora, assim como ele fez, sem saber, quando surgiu para a menina pela primeira vez.

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