terça-feira, 22 de julho de 2014

Analisando a Disney

Sou uma das adolescentes jovens adultas (?) que cresceu assistindo aos filmes da Disney. Eu cantava todas as músicas dos filmes, desejava ser uma princesa e, claro, que um príncipe me encontrasse. Meus preferidos entre os filmes de princesa eram  Cinderela e Branca de Neve, já os filmes sem princesas eram Rei Leão e Toy Story
Mesmo que minha infância já tenha passado, meu amor pelo maravilhoso mundo da Disney continua. Vejo quase todos os seus filmes novos - quando digo novos, me refiro a filmes de animação que a Disney lançou quando deixei de ser criança, aqueles que não são os famosos clássicos - e um dos "recentes" que vi no cinema, há cinco anos, foi A Princesa e o Sapo (2009). Esse filme me chamou atenção. O famoso "When You Wish Upon a Star", faça um desejo para uma estrela e irá se realizar, começou a mudar de forma. De acordo com Diana e seu pai, você precisa trabalhar muito, se esforçar ao máximo para conseguir e aí sim, o resto fica com a estrela. Isso me chamou atenção porque a Disney mudou um conceito que ela mesma havia criado - foi a primeira vez que percebi isso.
Outra coisa que reparei foi a postura que colocaram nas novas princesas: Rapunzel (Enrolados - 2010), Merida (Valente - 2012). Elas não são nem um pouco parecidas com Cinderella, Branca de Neve ou Aurora, a não ser o fato de serem da realeza. As novas princesas não esperam que um príncipe vá até onde estão para serem salvas, elas mesmas fazem isso, por elas mesmas. Já não é o homem que faz tudo, elas não observam apenas, elas entram em ação. 
O motivo de eu escrever essa postagem foi um outro fator que me fez pensar como a Disney vem mudando. O beijo de amor verdadeiro. O beijo tão desejado, encantador e esperado  pelas meninas. Nos filmes clássicos, quase dão inveja de tão lindos e poderosos, afinal são capazes de salvar uma vida! Branca de Neve e Aurora estão aí para isso. Entretanto, essa visão de beijo de amor verdadeiro mudou em alguns filmes. Em Malévola (2014), o último filme lançado da Disney, tendo Angelina Jolie como protagonista, mudou o esperado. O amor verdadeiro já não é mais entre uma princesa e um príncipe, mas o amor entre "mãe e filha", o amor que se tem pelo próximo, não  necessariamente para formar um casal. Mudando para algo mais amplo, surgiu o "ato de amor verdadeiro", que costumava ser um sinônimo para o beijo do tipo, mas filmes surpreenderam mostrando que há outras formas de encontrar esse amor como em Frozen (2014), uma irmã arriscando a vida pela outra.
Algo que notei há algumas semanas, durante uma conversa, foi que em muitos filmes da Disney os pais morrem - se não são os dois, pelo menos um. Pare para pensar: Branca de Neve, Cinderela, Mogli - O Menino Lobo, A Pequena Sereia, Aladdin, O Rei Leão, Pocahontas, O Corcunda de Notre Dame, Mulan, Tarzan, Lilo & Stich, Irmão Urso, A Princesa e o Sapo, Frozen. Nenhum desses filmes têm mãe e/ou pai. Quase assustador, fiquei surpresa quando percebi isso e principalmente por não ter reparado em todos esses anos que já passaram. Por que fazem isso nos filmes? Para preparar a criança caso perca os pais?  Para já terem consciência de que as pessoas morrem? Ou se trata de ter mais facilidade com menos personagens a serem colocados no enredo? Não encontro uma explicação.
A Disney em seus filmes possui um mundo perfeito com um beleza que não só está presente no ambiente, mas também nas personagens principais. O modelo "princesa branca e magra" reina nos filmes e isso é levado para a realidade, gerando a ideia de que a menina que se encaixa nesse padrão é bonita e quem não é "perfeita" assim, sente-se excluída. Um grande avanço surgiu com A Princesa e o Sapo: trouxe a primeira princesa negra - acho Diana uma graça. Agora aguardo uma princesa que não tenha um corpo magro, que seja gordinha para que as crianças assim não se sintam mal por terem o corpo que têm. Não acho que seja impossível aparecer uma princesa gordinha.
Com toda essa análise, percebe-se a mudança na postura da Disney sobre algumas questões. Algumas mudanças já foram feitas e sei que algumas ainda virão. Sou apaixonada por esse mundo encantado, já não pretendo mais ser uma princesa, mas adoro apreciar a vista.

Um comentário:

Renata Rodrigues disse...

Boa análise, mocinha! hahahaha Talvez isso de corpos fora do "biotipo Disney" mude com o tempo assim como a ideia de beijo do amor verdadeiro entre príncipe e princesa mudou. Não sei se tem isso em outras porque você sabe que não tenho conhecimento de Disney, mas a princesa Merida, apesar do corpo magro, come pra caramba. Acho que é um bom "começo" pra criação de personagens com alguns quilinhos a mais. E outra coisa, já que você curte conspiração, vê o link que vou te passar que no texto tem outros links pra mais conspirações hahaha http://br.eonline.com/2014/top-5-teorias-chocantes-sobre-os-filmes-da-disney/