sexta-feira, 21 de março de 2014

A espera marítima

Posso respirar. Entretanto, não estou com vida totalmente a salva. É como se eu estivesse prestes a me afogar, eu conseguisse colocar a boca para fora mas todo o meu corpo ainda estivesse imerso na água. Há a possibilidade de sobreviver? Sim. Há a possibilidade de morte? Sim. Há a possibilidade de sobreviver mas com sequelas? Sim. O que acontecerá? Só o tempo dirá.
Nada do que eu faça fará muita diferença - poderia ter feito antes, não ir tão longe, voltar assim que percebi que o mar já começava a ficar mais agitado, mas acreditei que logo voltaria a ficar calmo, o que não aconteceu e agora encontro-me nesta situação. Não posso agir demais, isso pode fazer com que me afogue mais rápido. Mas ao mesmo tempo não posso ficar parada, não fazer nada, porque isso também pode me afogar. Preciso encontrar um meio termo, variar entre o agir e me manter em aguardo. A incerteza se estou conseguindo esse meio termo e sobre o que o tempo irá trazer como resposta, faz com que a angústia more comigo.
Aguardo o salvamento ou o afogamento.

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