quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Retrospectiva 2020

Ah, 2020. Um ano histórico e com certeza ninguém terá saudade desses tempos. Foi o ano da pandemia mundial que obrigou todos a ficarem em quarentena e a abandonarem tudo que consideravam normal, para dar lugar ao “novo normal”, onde é impossível sair para a rua sem máscara ou álcool em gel. Ninguém aguenta mais essa situação e o que todo mundo mais é que a vacina saia logo.

Se em 2019 eu tinha definido que minha missão para 2020 era conseguir controlar minha alimentação, eu falhei bastante - e não digo isso com a culpa que eu sentiria se estivéssemos num mundo em condições normais, porque sei que do nada encarar a realidade de ficar trancada em casa sem poder sair, sem ver as pessoas, sem academia, é realmente complicadíssimo e cada um tenta lidar da forma que consegue. Não que eu ache saudável comer mais do que deveria, mas estando em casa todo o tempo, com lanches e comidas disponíveis, é mais fácil comer a mais do que estando na rua, longe de algum lugar que venda alimentos e ainda ter que gastar dinheiro na hora. Isso não quer dizer que eu esteja bem com a mudança do meu corpo, pelo contrário. Essa relação regrediu bastante.

No início do ano parecia que eu estava finalmente caminhando para hábitos alimentares direitinhos, já estava vendo resultados de uma maneira rápida e, de repente, PÁ! Em março, a pandemia que era “apenas” na China e na Europa chegou ao Brasil e tudo foi cancelado: academias fechadas, eventos adiados, festas proibidas, comércio fechado, ruas vazias, e por aí vai. Todos se viram trancados em casa, sem ter direito o que fazer, com o medo de um inimigo invisível. Água e sabão, junto de álcool em gel e máscara, viraram os melhores amigos.

Sem academia, me vi um pouco perdida para seguir com as atividades, sem poder sair para a rua. A solução foi ficar correndo em círculos no play, subir e descer 14 andares na escada e fazer exercícios de aplicativos – o que deixa a motivação com altos e baixos, mas com o tempo, principalmente baixos. Quando eu já não aguentava mais olhar para as paredes, não ver ninguém fazendo atividade física perto de mim - como acontecia na academia -, decidi que a solução seria ir para a rua e usar máscara enquanto corria, mas depois de tantos meses sem tanta movimentação, o corpo já não era mais o mesmo e tive que voltar para a etapa caminhada - o que parte meu coração, porque eu realmente gosto de correr.

Mas mesmo assim, com toda essa mudança e incerteza, pude perceber que minha inteligência emocional não é das piores, acho até que é bem boa. Quando tudo mudou e estava super incerto, minha reação foi praticamente “ok, então o cenário agora é esse, como vou me adaptar?” enquanto muitas pessoas estavam “que terrível, que vírus é esse, não quero morrer, o que eu faço, quando isso vai acabar?”. E não é como se eu não concordasse com essas pessoas, eu tinha consciência de toda essa parte ruim, eu só não achava prático pensar nessas coisas se no final só nos deixam mais desesperados e não mudam em nada no dia a dia. 

Foquei em avaliar o que eu poderia fazer para deixar a minha rotina o mais próximo possível da vida pré-pandemia. Acho que algo que me “ajudou” a não surtar tanto com essa doença que mata centenas de pessoas por dia foi ter tido a experiência de perder uma melhor amiga aos 14 anos. Nessa época sim, o baque foi muito grande porque foi por água abaixo a visão que eu tinha de que apenas as pessoas mais velhas morrem. Então desde essa época minha visão sobre morte mudou, criei consciência de que pode acontecer a qualquer dia e a qualquer hora - não de uma forma paranoica, apenas consciente. A cada despedida de saída com amigos, a cada embarque no avião, a cada viagem de estrada, enquanto digo “tchau” eu tenho uma voz que interna que diz “essa pode ser a última vez que você encontra essa pessoa”, e sempre termina com “tomara que não”. 

Ter essa consciência de certa forma me ajuda a viver. Não contar em ter um amanhã garantido faz com que eu queria fazer tudo no presente, sem deixar atividades que podem ser feitas no hoje ficarem para depois. É ouvir “você age como se o mundo fosse acabar amanhã”, mas sabendo que também estou preparada para o futuro com meus planejamentos. Vi o filme da Pixar que estreou no Natal, “Soul”, e é interessante como faz o público pensar em como seria se morressem de uma hora para outra, qual o projeto ficariam mais desesperados para terminar. Pensei no meu e é bom saber que tudo que posso fazer, já estou fazendo.

Mas voltando para à retrospectiva. Uma das poucas coisas boas dessa quarentena é que mudei minha relação com o dinheiro: consegui economizar absurdos e agora qualquer gasto já me deixa com pena e avalio várias vezes se realmente preciso disso. Por um lado é bom, porque significa que estou um pouco menos distante de conseguir fazer minha tão sonhada viagem para Disney, além de outros planos que também dependem de uma reserva financeira. O contato com a família aumentou bastante, então não tem como negar que nesse aspecto foi bom. A área profissional também avançou: me adaptei ao home office, fiz três cursos a distância, terminei mais uma graduação, consegui uma renda extra e ganhei ainda mais confiança no que eu faço. Nessa área, realmente tiveram coisas boas – embora nesse home office também haja bastante exploração de carga horária.

Um hábito que consegui recuperar nesse último semestre foi voltar a ler! A minha meta para esse ano era ler dois livros a partir do julho, mas até outubro eu ainda não tinha conseguido ler nenhum. Tive minhas dúvidas se eu conseguiria ler nesse pouco tempo, mas num é que eu consegui chegar a seis livros?! Fiquei chocada ao perceber essa quantidade e muito disso se deve a ter ganhado um kindle, que facilita muto a leitura – mas ainda não substitui o livro físico. Animada com essa quantidade, pretendo ler seis livros ano que vem, se eu conseguir mais, melhor ainda! 

Esse ano não terá virada de ano em Copacabana, será cada um em sua casa - totalmente o oposto da virada de 2019/2020 em que praticamente virei o dia em Copacabana e Ipanema, andando pelas ruas na madrugada vendo todos festejarem, sentindo a brisa do mar e aproveitando cada segundo que eu podia - vi o nascer do sol e o pôr do sol no primeiro dia do ano. Queria fazer o mesmo para esse ano, mas coronavírus não deixa. 

Espero que na retrospectiva de 2021 eu possa comemorar que a vacina chegou, que já consegui tomar e que a vida de poder voltar a sair na rua já tenha voltado. De uma forma geral, só de estar viva e todos que eu conheço também, já é lucro. 

Que a saúde esteja muito presente em 2021 - e com vacina!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Meu Presente Perfeito

 


Autora: Fernanda Piazon
Páginas: 158 páginas

O que achei do livro

Essa semana estava a procura de um livro com a temática de Natal, para entrar no clima, e encontrei esse livro/conto. Logo no início já gostei da história, me prendeu, e a mudança de narração dos personagens entre os capítulos é algo que sempre acho interessante.

No meio do livro, o tema natal deixou de ser o principal para dar espaço à paixão intensa de um casal que se conhece e precisa estar junto a cada segundo. O livro mostra bastante toda a intensidade e pegação que os personagens sentem que precisam. 

Como eu estava procurando por uma história de Natal, esse livro não me atendeu totalmente. Não era um tipo de romance assim que eu estava procurando, mas de qualquer forma achei a história legal. 

Todo o charme do Henrique, as conversas entre ele e Nath com cantadas, provocações, arrepios, frios na barriga e jogo de conquista me divertiram, deixando uma sensação de querer viver algo do tipo também. Seria legal se tivesse uma continuação para saber como seria o início de namoro.



sábado, 19 de dezembro de 2020

Leah Fora de Sintonia

Autora: Becky AlbertalliP

Páginas: 320 páginas

Editora: Intrinseca

O que achei do livro

Uma escolha errada e estraguei grande parte da experiência desse livro! Quando terminei "Com Amor, Simon", vi que tinham dois livros de continuação, fiquei na dúvida sobre a ordem e como um deles começava "Com amor" e o outro tinha o nome específico da Leah, achei que o dela era o último. Só que eu esqueci que poderia ter visto o ano de lançamento!!! Isso teria feito toda a diferença. 

Então foi isso, eu praticamente li o terceiro livro antes do segundo, o que obviamente me deu vários spoilers - e por isso que tive a sensação de que muita coisa tinha acontecido sem explicação -, principalmente o grande spoiler do casal Leah e Abby.

Mas vamos para o que achei da história. Leah é uma adolescente que tenta se mostrar durona, mas isso apenas é uma forma de tentar se proteger por ser tão insegura. Eu identifiquei muito da minha versão adolescente com ela, em várias situações: duvidar de si mesma em quase todos os momentos, a hora de provar roupas em lojas e torcer para a roupa fechar por ser gordinha, conseguir se achar bonita pela primeira vez e achar estranho que isso tenha acontecido e, finalmente, ter como se fosse uma virada de chave para ter coragem de tomar atitude.

Foi interessante ver o desenvolvimento da Abby que se reconhecia como hétero e depois passar pelo momento de incertezas, tentando entender o que estava acontecendo com ela, se achar meio bi e ter aceitação. A forma como esse livro trata esse assunto foi bem natural, da mesma forma que foi feito em "Com Amor, Simon".

Mesmo que no início a leitura não estivesse me prendendo tanto - afinal, Leah nem tinha percebido que estava apaixonada pela Abby, sendo que eu já sabia que as duas namorariam no futuro -, a partir do meio pro final eu nem senti a leitura passar. Todo o rolo de gostar da ex de amigo próximo, saber lidar com alguém apaixonado e não ser recíproco, ter que encarar um futuro que será diferente da rotina, tudo isso é bem interessante. Acho que se eu tivesse lido esse livro na adolescência eu teria amado, tanto pelos problemas da Leah quanto pelo grupo todo tendo que lidar com esses pequenos probleminhas e o futuro incerto de faculdade.

Eu gostei da leitura, só queria não ter estragado a minha surpresa com o final da história.



domingo, 6 de dezembro de 2020

O Conto da Aia

Terminei essa leitura há exatamente uma semana, no domingo passado, mas só hoje consegui vir aqui.

Esse não é o tipo de leitura que eu faria por escolha própria. Nem a sinopse, nem a capa, nem o gênero, nada disso me faria pensar em ler este livro. Mas por participar de um grupo que sugeriu a leitura, entrei na ideia de "por que não?", para dar chance a outros tipos de leitura. Eu não esperava muito da história, mas ainda sim me decepcionei no final. Talvez decepcionada seja muito forte, está mais para frustrada, porque além de todos os indicativos de que não era o tipo de leitura que eu gosto, a escolha de um final aberto completou como a cereja do bolo de itens que eu não quero nas minhas leituras.

É claro que o livro aborda temas super relevantes, reflexivos, etc, mas realmente distopia não é para mim. Eu quero leituras leves, que são clichês mesmo, histórias que deixem o coração quentinho. O mundo já é muito difícil e complicado, não preciso ficar me lembrando disso até nas leituras que são onde podemos "viajar" para qualquer lugar. Entre um romance que você já imagina o final e uma distopia com final aberto, não preciso nem de um segundo para saber a resposta.

O início de O Conto da Aia é tão detalhado e descritivo que foi muito cansativo seguir a leitura - e só segui por conta da discussão que o grupo faria.

A partir de mais ou menos a metade que fui ficando mais curiosa com a história, mas note que é "curiosa", não "curtindo a história". Eu só queria saber o que iria acontecer em seguida, tentando identificar algo mais objetivo, esperando por um momento mais rebelde, algo assim. Mas nada aconteceu e fiquei com a sensação de que tudo era muito paradão, o que até é a proposta do livro, mas como eu falei, esse não é o tipo de leitura que gosto.

Não foi totalmente ruim ter lido. É bom eu saber do que se trata, ter refletido sobre as situações que ele aborda, maaas distopia não tão cedo. Mesmo!