quinta-feira, 30 de maio de 2019

A busca continua

A partir de quando que a vontade que nós sentimos surgiu de nós mesmos ou foi gerada por causa da sociedade em que vivemos? Acho que uma coisa não consegue se separar da outra, ambos se influenciam. Eu com certeza fui influenciada em relação ao corpo - na verdade todos são né. Mesmo que ser magro ajude consideravelmente alguém a ser saudável, não necessariamente alguém acima do peso está mal com a saúde. Mas essa relação da mente com o corpo sempre foi complicada, principalmente com as mulheres. Como isso afeta a auto estima é algo surreal. Na rua é sempre complicado encontrar opções de comidas saudáveis, tanto de oferta quanto de preço, porque né, os lanches saudáveis são sempre mais caros. Claro que atividade física também é determinante para conseguir perder peso - e eu finalmente (nos últimos anos) aprendi a olhar com outros olhos para a academia. Ela não só ajuda a emagrecer, mas também faz com que eu sinta a diferença: me sinto muito mais disposta, tenho consciência corporal e, quando eu não vou, parece que meu corpo não acordou. O ruim é que se nos afastamos um pouco, não sentimos que estamos caindo no sedentarismo de novo e o corpo "volta a adormecer". Posso dizer que já alcancei diferentes estágios nessa luta e antiga busca por um corpo que eu considere bonito, que eu consiga olhar no espelho e dizer "finalmente o que eu queria". Já estive no fundo do poço, achando que não teria mais saída pro resto da minha vida. Também já estive bem perto do que eu sonho. Mas não consegui continuar e agora regredi muito. Ainda sigo na luta, não desisti.
A questão aqui não é ser magra porque os outros esperam por isso, até porque agora já estamos vivendo um momento de "body positive", os gordinhos já estão postando foto de biquíni e mostram que tudo bem fazer isso - aliás admiro muito a coragem de fazerem isso. A minha luta é comigo mesma. Não desisto porque não quero voltar a reviver a época em que, com certeza foi a pior da minha vida, o simples fato de lojas não oferecerem roupas que coubessem em mim conseguia tirar minha paz por muitos dias. Não desisto porque preciso provar para mim mesma que eu consigo fazer o que eu quero, então se eu decidi que vou conseguir chegar ao corpo ideal para mim, eu tenho que conseguir. Eu já quase consegui uma vez, por que não conseguiria de novo?! Mas claro que eu também não consigo ser tão focada o tempo todo, tenho minhas recaídas e, dependendo do tamanho da recaída, a bad vem, porque me sinto uma viciada em comida quando racionalmente sei que deveria parar, mas minha vontade não deixa.
O que me deixa pensativa é que olho outras meninas magras e fico "quando será a minha vez". Talvez elas não se enxerguem magras, do mesmo jeito que eu ainda não enxergava isso quando estava bem próxima de conseguir o corpo que eu queria. Então eu sigo nessa busca longa e difícil de um corpo em que eu me sinta 100% satisfeita, bem e feliz.  Sei que isso é bem difícil, mas eu sigo na luta. Um dia eu consigo, ou chego quase lá. Minha vez vai chegar. Espero que ela chegue.