quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Correr sem olhar para trás


Engraçado como tudo muda com o tempo, em como nós mudamos conforme os anos vão passando. Já tive momentos e períodos da minha vida que eu não conseguia ver o lado bom de nada, que eu achava “melhor se surpreender do que se decepcionar”, que eu estava totalmente desacreditada no meu poder de mudar o meu próprio futuro. Os espelhos e as fotos de mim mesma eram bem difíceis de aceitar, mas eu já estava tão desanimada que já tinha “aceitado” que não poderia mudar isso. Agora, em 2019, poderia dizer que sou o oposto de mim mesma daquela época. Olhar para o espelho me motiva a mudar, eu olho e penso “dá pra perder mais”, eu olho fotos de meninas com um corpo que eu também quero e não fico mais desanimada como antes, agora é ”dá para chegar lá”. Tudo isso com certeza é consequência de todas as mudanças que passei nos últimos anos, com a melhora absurda da minha autoestima. Tudo começa na mente, nossas ações, pensamentos, tudo é influenciado pelo nosso modo de pensar. Eu senti isso na pele.

Eu que não achava que era capaz de conseguir mudar meu corpo, aos poucos vou conseguindo. A melhor parte disso tudo é que o foco agora não é exatamente perder o peso e ter o corpo com a tão sonhada barriga reta – claro que esse é meu objetivo, mas não é a única coisa que me move. Eu diria que atualmente o que mais me motiva a fazer atividades físicas é chegar no final de ver que consigo. É ficar na esteira por 1 hora e ver que consegui correr 9km. É fazer uma série pesada e ver que no final eu sobrevivi. É ver que apesar do cansaço, eu consigo dar conta da academia numa hora em que a maioria das pessoas ainda está descansando na cama. É ver que eu consigo ter o controle da minha vida e das minhas ações apesar do cenário da rotina ser puxada. No final, o que realmente me deixa feliz é ver que consigo superar desafios, sejam os que aparecem para mim ou os que eu mesma me desafio.

No domingo passado, eu fiz a primeira prova para valer para ver se eu aguentava correr na rua. Eu consegui. Foram 5km, considerado pouco para quem já corre na rua há tempos, mas isso para mim tem um significado enorme. É ver que eu mudei para melhor, que aquela menina que mal conseguia subir escadas uma época que já ficava sem fôlego, hoje já consegue correr cinco quilômetros na rua e não ficar acabada no final. Eu terminei tranquila – claro que suada, cansadinha, mas eu poderia continuar andando, não estava louca para descansar. Ter comprovado isso para mim mesma me deixou bastante feliz. 

Quero seguir nessa vida de atividades físicas, academia, corridas de rua. Meu corpo já sente a diferença – não só a aparência, mas a minha disposição, o modo como eu fico animada quando chego em casa depois da academia. É aquela dosagem a mais dos hormônios da felicidade. A meta de ser fitness esse ano nunca foi tão real. Em Janeiro, minha meta e desejo era não abandonar a vida fitness, pelo menos até junho. Já estamos em agosto e eu não só não abandonei, como estou entrando ainda mais nela. 

Eu não sei até quando isso vai durar, se isso vai ser meu estilo de vida durante anos – acho difícil, talvez daqui a alguns meses eu sinta que preciso parar para dar prioridade aos estudos, por exemplo, mas eu não quero que acabe. A vida de academia e atividades físicas é divertida, eu só precisava ter um outro ponto de vista. Da mesma forma que me inspiro em outras pessoas, quero ser uma inspiração para outras, mostrar que é possível sim conseguir o que quer, mas não com palavras, quero mostrar com exemplo. A intenção era trabalhar o corpo, mas acho que no final estou trabalhando mais a mente do que o corpo. Estou gostando muito dessa vida e eu não quero deixar tão cedo. 

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